Apesar da idéia enunciada pela autora, seu título, Margens do pântano, não dá pistas ao leitor sobre o tema que será apresentado em seu ensaio, porém ao desenvolvê-lo, através de metáforas e citações da obra que a motivou a escrevê-lo, ela explica a estética literária da mesma, onde seu autor brinca com as palavras em busca de novos significados (novas percepções), e assim rompe com os padrões literários estabelecidos.
Ana Maria de Alencar desenvolve seu texto propondo a análise da obra em seu contexto literário, onde “o peso das convenções” (p19) é posto em xeque por Gide, quando ele “questiona o espaço atribuído à norma” (p19); antropológico, em que “a capacidade vivencial, compreendida como fato de consciência, distingue o homem dos outros seres da natureza” (p19) e o filosófico, onde “o sol de Gide é de uma outra natureza que o sol de Platão”, em que “seu olhar procura ver onde a razão é cega” (p.21). Assim ela tenta responder, sabendo que não há “uma” resposta, “o que é Paludes”, pois a obra é “um espelho” (p.20), onde é preciso “abrir os olhos, saber olhar e ver” (p.22).
Sem contradições ela consegue, em seu texto - que tem a formalidade esperada, mas não excessiva -, preparar o leitor para Paludes. Ao perguntar e responder a obra, sem ser redundante, repete o jogo de Andre Gide para que o leitor encontre a essência de Paludes, que é a subjetividade.
Mesmo sem ter lido Paludes, através deste ensaio, o leitor será capaz de alcançar a intenção do seu autor em escrevê-lo, e se sentirá motivado a ler a obra e encontrar suas significações.
Ana Maria de Alencar desenvolve seu texto propondo a análise da obra em seu contexto literário, onde “o peso das convenções” (p19) é posto em xeque por Gide, quando ele “questiona o espaço atribuído à norma” (p19); antropológico, em que “a capacidade vivencial, compreendida como fato de consciência, distingue o homem dos outros seres da natureza” (p19) e o filosófico, onde “o sol de Gide é de uma outra natureza que o sol de Platão”, em que “seu olhar procura ver onde a razão é cega” (p.21). Assim ela tenta responder, sabendo que não há “uma” resposta, “o que é Paludes”, pois a obra é “um espelho” (p.20), onde é preciso “abrir os olhos, saber olhar e ver” (p.22).
Sem contradições ela consegue, em seu texto - que tem a formalidade esperada, mas não excessiva -, preparar o leitor para Paludes. Ao perguntar e responder a obra, sem ser redundante, repete o jogo de Andre Gide para que o leitor encontre a essência de Paludes, que é a subjetividade.
Mesmo sem ter lido Paludes, através deste ensaio, o leitor será capaz de alcançar a intenção do seu autor em escrevê-lo, e se sentirá motivado a ler a obra e encontrar suas significações.
Lobo, Luiza; Soares, Angélica, Margens na Literatura: ensaio da teoria e crítica literária. NUMEM Editora. Rio de Janeiro, RJ. 1994, pp.13-22.
Ilustração: Capa do Livro Paludes
Capa de Margens da Literatura
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